Patti Smith: A Mãe Do Punk-Rock
fevereiro 08, 2015
Fazia um certo tempo que eu queria falar desta moça, que pra mim tem um peso maior que Joan Jet, no Rock. E que ajudou a definir, o modo que eu pensava ser e gostar de Rock.
Ela é: Patti Smith. Pesquisei muito para encontrar uma matéria, simples e boa sobre ela. Eu não conseguiria descrever a importância que Patti Smith teve. Então esta matéria é do site MOFO.
Ela já foi
chamada de "Bob Dylan de saias", pela força de suas letras. Além do talento
incomum para escrever, Patti Smith entrou para a história por ser, talvez, primeira
grande poeta feminina do rock, e por ter influenciado toda uma geração que
explodiria durante o movimento punk e nos anos 80. Ela já era conhecida e
respeitada em Nova York quando lançou seu primeiro compacto, "Piss Factory",
aos 28 anos, em 1975. Hesitou muito antes de montar uma banda já que seus escritos
eram publicados em várias revistas. No mesmo ano, lançou "Horses", um
dos mais importantes álbuns da história do rock e que motivou bandas como R.E.M.,
The Smiths, U2, Waterboys, entre outras, a entrar no rock. Em 1978, alcançou o
auge da carreira com a canção "Because The Night", parceria com Bruce
Springsteen. Ainda lançaria mais um disco, em 1979, "Wave", antes de
anunciar uma aposentadoria precoce quando atingia o ápice. Voltaria em 1988,
com "Dream of Life", um disco mais voltado para o lado familiar e
tendo como parceiro de composição o seu marido Fred Smith, lendário músico do
MC5. Só voltaria a gravar
em 1996, depois da morte do marido e de uma profunda reavaliação de
sua vida. Superado os traumas, continua gravando e mostrando que o mundo do
rock tem a força das mulheres.
Patti Smith pode ser considerada uma versão
feminina de Bob Dylan. Não só pelas
letras, mas por sua coerência. Nunca aceitou paparicações da mídia, dos fãs, e
manteve sempre uma postura sóbria sobre sua importância. Prova disso, é que
quando Bono tentou fazer uma festa em sua homenagem no ano em que completava 50
anos (ela nasceu em Chicago, em 30 de
dezembro de 1946), criticou duramente o cantor por não precisar desses tipo de
evento para se promover. Em várias entrevistas, deixou claro o amor pelo som de
Jimi Hendrix, de Bob Dylan, seu melhor espelho, The Rolling Stones (era
apaixonada por Keith Richards), e dos Doors de um cantor que viria ser seu
amigo pessoal, Jim Morrison.
"Eu fui criada vendo os Stones e Dylan se
apresentando. A geração de hoje não tem mais pessoas como eles para serem
referências. Era uma época maravilhosa. Os shows não tinham a qualidade técnica
de hoje, mas em compensação, ver Dylan e Hendrix no palco já compensava tudo. E
esse diferencial não existe mais no rock de hoje."
Patti começou a carreira como
poetisa, influenciada por escritores beats como Allen Ginsberg e William
Burroughs, de quem ficaria amiga íntima até sua morte, e por outros escritores
não menos notáveis como o poeta irlandês William Butler Yeats, García Lorca e
Rimbaud.
Em 1974, quando
começou a aparecer uma geração de artistas na cidade que daria o início ao
punk, se aventurou a cantar. "Eu sempre quis cantar meus poemas, mas nunca
tinha coragem. Foi só depois de ouvir Another Side, de Bob Dylan (disco de
1964), é que senti que poderia fazer o mesmo. Ele me libertou para a música”.
Começava então a se apresentar em pequenos lugares da cidade até surgir o
lendário clube CBGB, que projetou artistas como Television, Talking Heads, Blondie,
Ramones, Richard Hell, Modern Lovers, entre outros, para o mundo.
Causou certo furor na comunidade cultural americana ao lançar o compacto "Piss Factory/Hey Joe". Imediatamente foi contratatada e montou a Patti Smith Group, debutando com o histórico Horses. Apesar de não ser ainda uma grande cantora, suas letras impressionavam pelo vigor. No início do disco, recita: "Jesus morreu pelo pecado dos outros, não pelos meus". Em seguida faz uma cover de "Gloria" de Van Morrison. Apesar de não ter feito grande sucesso comercial, Horses, foi aclamado como o melhor disco de estréia do ano.
Continua...
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